Em visita recente à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), representantes do Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui) debateram temas sobre o futuro do setor, como o andamento da atualização de números nacionais sobre equídeos, como forma de embasar futuras políticas públicas fundamentais para que a cadeia produtiva do cavalo possa continuar a crescer e a gerar emprego e renda no país.
Os dados mais recentes datam de 2016, do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Com base neles, estima-se que atualmente a cadeia produtiva da equideocultura movimente mais de R$ 30 bilhões por ano no país, gerando mais de 3 milhões de empregos diretos e indiretos. Em 2016, o estudo apontou uma tropa nacional superior a cinco milhões de cavalos.
Em conversa com o professor doutor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ da USP, Roberto Arruda, o presidente do IBEqui, Manuel Rossitto, destacou a importância da consolidação dos números para o setor atuar junto aos órgãos públicos. “Sem uma base de números real fica difícil pensarmos em atualizar políticas públicas do setor, que carece de ajustes normativos para fomentar o crescimento, gerando ainda mais dividendos ao país”, explica o presidente do IBEqui.
A importância de contar com boas estatísticas e estudos econômicos é algo que tem requerido atenção não apenas no Brasil, mas acompanha uma tendência mundial. Podemos destacar o caso dos Estados Unidos, que a partir de 2018 (através da edição do “Farm Bill” passou a considerar o cavalo um animal de produção e não apenas animal de companhia. Isto trouxe importantes avanços, em especial na área tributária. Normas e estudos sobre a equideocultura têm sido publicados em diversos países, destacando a transformação no complexo do agronegócio do cavalo, cada vez menos voltado para lida enquanto cresce em atividades que agregam maior valor, como esporte e lazer. A indústria do cavalo do século XXI é bem diferente daquela até o século passado.
Para o Prof. Roberto Arruda, a atualização desses números deverá mostrar ainda mais a relevância do setor para a economia nacional. Na visão dele, as atividades voltadas ao mundo do cavalo são fundamentais na geração de renda para milhares de pessoas, o que mostra a relevância de um setor por muito tempo esquecido.
“Os dados técnicos e informações compiladas sepultam definitivamente a supressão da importância desse setor para o Agro nacional e escancaram para a sociedade brasileira a força da atividade como geradora de renda e postos de trabalho, com o componente adicional da fixação do homem no campo”, reforça Manuel Rossitto.
Além do presidente do IBEqui, participaram do encontro os consultores, Orlando Filho, Cesar Fabiano Vilela e o Prof. Coordenador do projeto, Roberto Arruda.
Sobre o IBEqui
Fundado em 24 de agosto de 2020, o IBEqui tem como principal objetivo envolver todos os elos da cadeia produtiva brasileira do cavalo, por meio de diferentes atividades, iniciativas e estudos técnicos, para fortalecer a equideocultura, potência econômica e social do agronegócio brasileiro.
O Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui) representa 27 entidades – 10 de raças, 13 de modalidades e 04 correlatas – que se uniram para dar ainda mais força ao segmento, que ainda tem muito espaço para crescer no país.
Sobre a Esalq/USP
A Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) é o campus da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba/SP, porém, sua história começa muito antes da inauguração da universidade, em 1901, quando iniciou oficialmente suas atividades como uma escola de ensino agrícola, sob administração da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. A partir de 1934, passou a integrar a USP como uma de suas unidades fundadoras. Seu nome homenageia seu idealizador, Luiz Vicente de Souza Queiroz.
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