Em reunião, realizada na quinta-feira (15/07), a Câmara Setorial de Equideocultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), presidida por José Carlos Fragoso Pires, voltou a focar no tema Mormo, doença infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia Mallei, que já causou o sacrifício de centenas de equídeos. O Ministério apresentou o ‘Protocolo Diagnóstico Laboratorial Oficial para Mormo’, que descreve os devidos processos a serem cumpridos em relação à doença no país, enquanto alguns especialistas rebateram as diretrizes do governo com relação à doença.
A apresentação sobre diagnóstico laboratorial, feita por Adriana Soares Leite, do LFDA (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária) de Pernambuco, explicou como o protocolo funciona, quais os laboratórios credenciados, qual a metodologia empregada na realização dos exames e sua eficácia. Em seguida, o médico veterinário Walnei Miguel Paccola, apresentou a interpretação dele, um especialista que lida com doenças em equídeos no dia a dia do campo.
Em sua apresentação, Paccola criticou de forma contundente a maneira de lidar com todos os casos de Mormo no Brasil, com o sacrifício de animais como é feito hoje, e questionou se não teria uma outra formal. Ele defende que existem fatores biológicos, possivelmente associados a fungos, que interferem nos exames, que podem resultar em falsos positivos. Sua sugestão é a de avaliar se as ocorrências registradas são realmente Mormo ou outras doenças menos prejudiciais e argumentou que os animais sacrificados deveriam passar por necrópsias, para melhor estudar a sua tese. “Os materiais colhidos na necrópsia comprovam que os exames laboratoriais têm falhas”, explicou.
De acordo com Paccola, a legislação brasileira deve ser alterada com relação ao Mormo e o tema deveria ser discutido e revisto. A abertura de um processo administrativo no MAPA foi sugerida pela responsável do Programa Nacional de Sanidade de Equídeos (PNSE), a fiscal federal agropecuária, Eliane Lara. Após a reunião da Câmara Setorial, Walnei Paccola solicitou apoio ao Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui) para a formalização do processo junto ao MAPA. “Ao sermos procurados pelo Dr. Paccola, o IBEqui se prontificou a encaminhar a solicitação e dar todo o apoio necessário”, completou o presidente executivo do Instituto, Manuel Rossitto.
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