Antidoping Maldonado

16/05/2024 • 10h50

Critérios adotados pela ABQM no exame de antidoping

Este exame é explicado em detalhes pelo dr. Luís Maldonado, responsável por este setor veterinário, durante o Congresso QM

Formado em 1988 pela Universidade Federal de Alfenas – MG, o dr. Luís Fernando Cione Maldonado foi aprovado como Inspetor Oficial da ABQM quatro anos após, em 92. E neste mesmo ano iniciou nesta atividade prestando durante o 2º Congresso Brasileiro, realizado em Ribeirão Preto (SP). Com toda esta bagagem profissional, completando 32 anos de prestação de serviços, período que, também, ocupou a presidência do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da ABQM, em 2022.


Ele conta algumas passagens de seu trabalho até chegarmos neste evento em Araçatuba (SP), sendo o responsável pelo setor de antidoping.


“Quando comecei a atividade como inspetor em 92 ficava quase que, exclusivamente, na pista de laço, por ser uma modalidade que empenha muito mais profissionais que as demais modalidades). Ao longo do tempo, fui me aperfeiçoando até que na gestão do presidente da ABQM, Fábio Pinto da Costa, me foi solicitado, junto com o dr. Matheus Russo, para que ficássemos responsáveis pela área de antidoping dos eventos”, disse Maldonado.


Ele conta que, a área do doping vem sendo remodelada, com novos equipamentos e a instalação de câmeras: “A cada nova diretoria que assume a ABQM, ocorrem melhorias em certos itens. Com a atual gestão, após algumas conversas, já foram realizados alguns aperfeiçoamentos estruturais e outros detalhes. Pelas nossas conversas, tenho certeza que a nova diretoria trará mais avanços em nosso setor já para o Nacional e outros eventos oficiais, sempre pensando no bem-estar do animal e dando mais conforto para nossa equipe e aos quartistas”.

O processo de escolha para o exame

Maldonado explica detalhadamente como é a sincronização para a escolha dos animais que farão a coleta para o exame. “Existe uma boa sincronização, pois a cada prova terminada, o representante do departamento de Esportes que está trabalhando na pista, passa os nomes dos animais que ficaram em 1º e 2ºs lugares, bem como outros que, aleatoriamente, possam ser indicados para serem coletados, me informando qual a modalidade e a referida categoria”.


Segundo Maldonado, ele conta com 16 estagiários que em sua maioria são médicos veterinários ou que estejam estudando veterinária, em Araçatuba (SP), na UNESP e na UniSALESIANO. Parte de sua equipe fica de plantão nas pistas em tempo integral, até o último cavalo que entrar para competir. “Na sequência, eu os aviso e um deles vai até a cabine de locução e no momento da premiação, os competidores são comunicados pelo locutor que terão que levar os cavalos até o setor de antidoping para serem coletados”, detalha o veterinário. Depois disso, Maldonado relata que outro grupo da sua equipe já fica na porteira de saída da pista aguardando os conjuntos convocados e os acompanham até o local da coleta.


“É importante frisar que, nós não podemos atrapalhar a programação dos competidores e nem dos cavalos, porque as vezes eles têm outras categorias ou provas para participarem e não haveria tempo hábil para isso. A coleta geralmente é um pouco demorada, mas eles têm o dia todo para comparecerem com os animais no nosso setor para realizar o exame”, pontua ele, emendando: “Sempre terá gente aqui para recebê-los e realizar o processo. E, se por acaso, algum deles está demorando pra vir, a gente aciona o departamento de Esportes e ligamos em seguida para o competidor ou responsável pelo animal, pois ele tem que comparecer no nosso setor no mesmo dia que fez a prova”, afirma ele.


Como é feita a coleta


Maldonado informa que, logo na chegada do conjunto na área de coleta, solicitam do acompanhante do animal seu documento comprovando ser maior de idade para depois dar início à coleta. Ele explica, detalhadamente, como é feito este procedimento e destaca que, tanto ele como qualquer membro da equipe utilizam luvas descartáveis. 


“Quando o conjunto chega ao nosso posto, a gente confere o chip do animal e deixamos o seu acompanhante escolher, desde o copo de coleta, a cocheira e, também, os kits que serão envasados a urina ou o sangue. Todo esse passo a passo é realizado na frente dele e temos câmeras de gravação junto as baias e em nossa sala, mostrando completa lisura do processo”. A seguir, a coleta é feita da seguinte maneira: “O cavalo fica na baia e tem até duas horas para urinar e, caso isso não ocorra, nós coletamos o seu sangue. Depois, o acompanhante entra em nossa sala e verifica o envasamento da urina ou sangue, que são armazenados em dois frascos estéreis, fornecidos pelo Departamento de Controle Antidopagem do Jockey Club de São Paulo e que irão servir para a análise da prova e contraprova. Após a lacração destes frascos, ele assinará um documento dando sua concordância no trabalho realizado”. Maldonado salienta que, os materiais coletados ficam armazenados em geladeira e freezer, em temperatura própria e depois são enviados ao laboratório do Jockey Club de São Paulo, na capital paulista.


Concluindo, Maldonado diz que a equipe procura sempre atender a todos da melhor maneira possível, mostrando simpatia e oferecendo uma água, um cafezinho enquanto esperam terminar a coleta. “Temos inclusive uma pesquisa de satisfação, para avaliar o nosso atendimento. Isso é importante para avaliação interna”.

 

Por: Abdalla Jorge Abib
Fotos: Maurício Messias

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