27/08/2024 • 13h12

Fernanda Costa coordena 87 jurados oficiais ABQM

Com a graduação AAAA (All Around) pela ABQM e AQHA está no cargo desde 2020

Nascida em Londrina, no Paraná, Fernanda Almeida Costa se formou em medicina veterinária no ano de 1993, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e pós graduou-se, obtendo o título de Mestre pela Universidade Paranaense (UNIPAR), em 2009. E como desde jovem esteve envolvida com cavalos, com o passar do tempo se entusiasmou em se tornar jurada de eventos esportivos, principalmente tendo como foco os campeonatos da ABQM.
 

Ela começa contando um pouco de sua trajetória, dizendo como participou do curso de jurados da ABQM: “Eu fui me informar como poderia participar e me inscrevi. Isso foi em 1991 e comecei a estudar muito, pois não queria perder esta oportunidade em ser uma jurada oficial da Associação”. Fernanda Costa revelou que ficou muito ansiosa para saber o resultado e, principalmente, a enorme satisfação quando soube que havia passado. “Fiz minha estreia numa prova oficializada no Paranaense, creio que em Goioerê. Posso dizer que meu coração disparou mesmo quando participei pela ABQM no Campeonato Nacional de 93, em Bauru (SP). Mas, com a graça de Deus e o apoio dos jurados mais experientes, como o Tarcísio de Souza, o Luís Boldrini e a Helô Penteado, que me deram muita força, ao final do evento respirei fundo e disse para mim mesma – ‘Missão Cumprida’”, destacou.
 

A veterinária informou que, quase sempre esteve presente nos principais eventos, mesmo quando não era convocada para o trabalho. “Foram raros os campeonatos que estive ausente, pois minha vontade de aprender sempre foi maior. E nas vezes que as notas que eu dava estavam aquém dos demais colegas, com muita humildade eu procurava saber se tinha visto algo a mais ou a menos, no animal ou no conjunto, na hora do julgamento!”, revelou Costa.
 

Segundo ela, os anos foram se passando e, consequentemente, a bagagem de experiência aumentando. “Estive várias vezes nos Estados Unidos acompanhando os Mundiais e Futurities, tanto os da AQHA, como da NCHA ou da NRHA e, sempre, atenta nos julgamentos. Aqui também no Brasil, quando tinha algum curso importante de reciclagem, seja com nossos ‘professores’ ou com palestras realizadas por profissionais norte-americanos eu sempre marcava presença”, pontuou Fernanda.
 

2020: o início da coordenação

E pela sua perseverança e capacidade em aprender se tornou jurada graduada como AAAA (All Around) pela ABQM e AQHA, até que em 2020 se tornou coordenadora oficial de jurados da ABQM e, logo de cara, que assumiu essa nova função teve um entrave. Foi justamente no período em que o Brasil e o mundo estavam passando com a pandemia.


“Como o Congresso foi cancelado, o primeiro evento que comandei foi o Campeonato Nacional e foi caótico, precisamente quando estava com mais expansão o Covid 19, aliás período em que a gestão do Carlos Auriccio havia assumido com poucos meses de casa, sem ter ainda um rumo a ser seguido pela situação”, enfatizou Fernanda. Ela prossegue dizendo que, tiveram que dividir o evento em três locais no estado de São Paulo: Barretos, com as modalidades de Ranch Sorting e Team Penning; Araçatuba, com as de Conformação e outras de Trabalho; e em Tietê, no Haras Raphaela, as de velocidade.


“Mesmo sem leme e sem timão comecei a tocar o navio comandando uma equipe de mais de 60 jurados. E sem ter ainda uma estrutura definida do rumo que iríamos tomar, nossa comunicação era feita através de reuniões virtuais, e-mails, vídeos, enfim, de todas as maneiras possíveis”, esclarece a paranaense. Ela informou que o primeiro passo foi desenvolver cursos, workshops e reciclagens para saber em que pé de conhecimento estavam os integrantes do quadro.


“E mesmo acreditando que eu tinha a confiança de boa parte deles, eu sempre fui muito direta, objetiva e comecei a cobrar bom comportamento, boa ética e conhecimento. Nesses encontros eu fiz com que eles entendessem que tudo isso para mim sempre será imprescindível e que todos fazem parte e estão em função da ABQM e pelo crescimento do Quarto de Milha”, detalha a coordenadora.


“Também, os alertei que nessas conversas não estava lá para chamar a atenção de ninguém, mas sim para que fossemos uma equipe unida, e que tivessem total atenção nas pessoas que estão dentro das pistas, para que tivessem condições de igualdade de conquistar seu título. Então, durante estes últimos quatro anos, procurei trabalhar com meritocracia e exigindo sim, que trabalhassem bem, que se comportem bem dentro daqueles preceitos que o jurado tem que seguir”, enfatiza Fernanda.


Segundo a coordenadora, isso veio sendo trabalhado frequentemente e que foi compensado no final do ano passado. “O trabalho bem executado tem as suas recompensas, pois no final de 2023 nós fomos avaliados pelas diretorias das duas gestões do Caco (Carlos Auriccio) e fomos elogiados, além de atenderam algumas reivindicações solicitadas pela equipe”, destaca ela.


Norte-americanos elogiam profissionalismo nos eventos

Allen Mitchels e Wayne Halvorson

Quando o trabalho é realizado com determinação, respeito e dedicação geralmente o reconhecimento é destacado e, a satisfação, é maior ainda quando se trata de dois dos mais respeitados profissionais do mundo do cavalo Quarto de Milha.


E para detalhar este exemplo, Fernanda Costa conta sobre sua enorme satisfação em ter seu trabalho de coordenação reconhecido por Sam Rose, de Gainesville (Texas), que foi responsável por escrever a maior parte de regras para o Comitê de Jurados da AQHA, NCHA, NRHA, além de ter sido diretor de todas estas entidades. O outro é Allen Mitchels, de Michigan City (Indiana), que é uma das maiores referências da Rédeas, sendo um dos poucos instrutores certificados da modalidade. Mitchels é também ex-presidente da NRHA, da NSBA e do comitê de juízes da AQHA, além de ser conhecido pelos brasileiros, por ter vindo julgar nossos eventos desde 1990.


“Durante o nosso Potro do Futuro, do ano passado, o Allen Mitchels me disse que junto com o Sam, que infelizmente faleceu há dois anos, vinham vivenciando o trabalho realizado por nosso quadro de jurados. Ele afirmou que hoje a diferença é enorme em relação a anos atrás, a ponto de comparar o Congress da AQHA, que havia acabado de julgar, sentindo-se como se estivesse lá ainda pelo nível e estrutura do nosso evento”, revelou Fernanda com um largo sorriso no rosto.


Melhorias com a atual gestão

Ao lado de Mônica Ribeiro e Fernanda Costa, Tim Finkenbinder fez vários elogios à estrutura do evento

Segundo ela, este apoio teve continuidade e a equipe já sentiu isso por parte da nova diretoria comandada pela presidente Mônica Ribeiro. “Ela mostrou ter maior afinidade ainda com o esporte, pois em sua diretoria tem mais gente que é ativa nas competições. E mesmo com pouco tempo de gestão, já demonstraram ter respeito pelos criadores, pelos competidores, porque sem pista não tem Quarto de Milha e, também, sem jurados não têm Quarto de Milha!”, enfatizou Fernanda. A coordenadora afirmou que, mais uma vez, através da ‘meritocracia’ adotada, conforme os itens detalhados anteriormente, foram escolhidos os jurados que trabalharam nos 12 dias, tanto no 33º Congresso como no 47º Nacional.


Para Costa, algumas das reinvindicações já foram atendidas desde o primeiro evento, tornando-se patente entre os jurados que sentiram este reconhecimento. “É muito gratificante quando você se sente respeitado, começando pela hospedagem em apartamentos bons e individualizados; lanches em pista, pois o ‘pique’ é grande e eles não têm muito tempo para deixar o palanque de julgamento; além da estrutura interna que foi melhorada, nas salas de revisão e reunião”, enumerou ela, que mostrou muita confiança nas palavras: “Com certeza estamos na crescente e isso continuará! Tome como exemplo a forma de agir da Mônica Ribeiro, pela vontade que ela tem de ver as coisas funcionando da melhor maneira possível, tentando um maior entrosamento entre todos, por isso acredito piamente que temos tudo para continuar crescendo”.


Sobre o Campeonato Nacional, que ocorreu de 10 a 21 de julho, Fernanda Costa foi mais além: “Tivemos um Nacional maravilhoso que, com certeza, bons adjetivos sobrarão! Mais uma vez computando um número expressivo de participantes, de cavalos e visitantes. Aliás, no geral os comentários que ouvimos foram muito positivos, incluindo também a parte social, muito elogiada por parte dos associados”.


Sobre o seu departamento, ela destacou alguns itens que estavam pendentes e que já foram conquistados. Já em relação às pistas, para comprovar o desempenho de seu trabalho no comando frente ao quadro de jurados e mostrando coerência na qualidade deles, informou que fez um rodízio de sete membros em relação aos 23 que tralharam no Congresso.


Ela detalhou ainda momentos importantes que lhe estimulam cada vez mais em executar um bom trabalho. “Na prova do Ranch Sorting, na classe Aberta, tivemos apenas uma revisão paga em todas as 864 passadas. E isso, sem dúvida, é uma maneira de transmitir credibilidade aos competidores de como as revisões são executadas, mostrando que o resultado é realizado com transparência e que o propósito é manter justiça e jamais prejudicá-los”. Além deste, outros dois fatos foram enaltecidos por ela: “Uma coisa importante que eu não imaginaria que pudesse ocorrer foi o elogio feito pela maior parte dos competidores do Laço Individual, dizendo que foi a melhor prova que já participaram em campeonatos da ABQM. Então, posso dizer que isso foi uma vitória enorme para nós, fruto do trabalho em conjunto com o Raphael Paoliello, vice-presidente da Associação, superando algumas reclamações anteriores por parte dos laçadores”.


Um outro momento que a deixou envaidecida foi promovido pelos jurados norte-americanos que trabalharam no Nacional. “Tanto o Lance Baker quanto o Tim Finkenbinder – referência mundial pela AQHA -, teceram vários elogios em relação a estrutura do evento em geral e da nossa área, onde foram colocadas estrategicamente as câmeras de revisão. E para nossa surpresa o Tim me solicitou em nome do Comitê de Jurados da AQHA se seria possível disponibilizarmos a eles as imagens das nossas provas, porque eles têm que aprender conosco, principalmente, as de Laço. Além disso, fizeram rasgados elogios também ao índice técnico das provas, qualidade dos conjuntos, dos julgamentos e das imagens das revisões.


Componentes de 18 estados fazem parte do quadro de jurados

Atualmente a ABQM possui em seu quadro de Jurados Oficiais 87 profissionais, composto pelas categorias de ‘Técnicos’ e graduados como ‘Notório Saber’, aptos a julgarem provas de Conformação e Trabalho, além de jurados específicos em Vaquejada.


Por Estado eles estão distribuídos assim: São Paulo com 35; Minas Gerais (11); Paraná (8); Mato Grosso do Sul (5); Paraíba e Rio de Janeiro, ambos com 4 cada; Ceará e Pernambuco, com 3; Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Sul e Sergipe, todos com dois cada; e Acre, Amazonas, Distrito Federal, Pará, Rio Grande do Norte e Santa Catarina, com um jurado.  
 

Texto: Abdalla Jorge Abib
Fotos: Marilza Barros, Mauricio Messias e Arquivo ABQM

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