03/05/2018 • 00h00

Manifestação no STF: Emenda da Vaquejada é constitucional por proteger animal, afirma AGU

Esporte gera 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos, além de mobilizar quase 300 profissionais em cada prova

A Vaquejada é uma prática legal e a Emenda Constitucional 96, que entrou em vigor em 2017 e protege a realização do esporte, é constitucional por reforçar o bem-estar animal. É o que defende a Advocacia-Geral da União, em manifestação na ação que tramita no Supremo Tribunal Federal contra o esporte ajuizada pela Procuradoria-Geral da República.

A AGU ainda afirma que, caso a emenda seja invalidada, haverá estimulo à prática ilegal da Vaquejada, sem a preocupação com o bem-estar dos animais que existe nas provas legais. Para o órgão, a atividade deve ser regulada de forma a coibir excessos e, assim, evitar a marginalidade. Segundo números apresentados pela Associação Brasileira de Vaquejada, a prática movimenta R$ 600 milhões por ano, gera 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos, além de mobilizar quase 300 profissionais em cada prova.

A EC/96 autoriza a prática da Vaquejada por meio do acréscimo de um parágrafo ao artigo 215 da Constituição para dizer que não se consideram maus tratos esportes com animais registrados como manifestação cultural. Ao defender a prática esportiva e validade da emenda constitucional, a AGU lembra que o vaqueiro profissional tem a atividade reconhecida pela Lei Federal 12.870/13 e que milhares de pessoas dependem da Vaquejada para sobreviver.

A AGU também utiliza, na defesa da atividade, argumentos apresentados pelo vice-presidente da Comissão do Bem-Estar Animal da OAB de Alagoas, Henrique Carvalho de Araújo. Segundo ele, a Vaquejada confere as cinco liberdades animais necessárias: os bois estão livres de medo e estresse; de fome e de sede; de dor e doenças; de desconforto; e expressão do comportamento natural. Araújo lembra ainda que o esporte tem regras definidas, em que os bois não são enclausurados ou açoitados, sem a utilização de pimenta e choque elétrico, conforme determina o regulamento da ABVAQ.

Além de se posicionar de forma favorável à Vaquejada, prática regulamentada desde o ano passado por meio da emenda, a AGU solicitou que a ação seja analisada pelo ministro Dias Toffoli, que já é relator da ADI 5.728, apresentada por uma ONG em julho de 2017 e que também pretende proibir o esporte. A AGU lembra que há normas internas do STF que consagram a prevenção em ADIs, com coincidência total ou parcial dos objetos. Atualmente, a ação em que a AGU se manifestou está sob a relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.

Na opinião de Marcus Vinicius Furtado Coêlho, advogado da ABQM, que participa na ação como amicus curiae, a AGU expressou o “sentimento médio” da sociedade brasileira sobre o tema. “Os esportes, com uso de animais, fazem parte da cultura nacional, integra a identidade da nação. O mais racional, e constitucional, é permitir o esporte com regras claras de proteção ao bem-estar dos animais”, disse.

Publicador de Conteúdos e Mídias

PUBLICIDADE

Conteúdo Relacionado

NOTÍCIAS

Veja também

Publicador de Conteúdos e Mídias

Fique por dentro de todas as novidades das Eleições ABQM 2023

Escolhido o Parque para o 15° Congresso Brasileiro, 15º Derby e 8ª Copa dos Campeões de Vaquejada

Evento será realizado entre 12 e 16 de março de 2025 no Parque Asa Branca, em João Câmara, RN.

19/12/2024
1º Encontro Nacional do Quarto de Milha: 14º Hall da Fama, 17º ABQM Awards

Celebrando a história e o futuro da raça Quarto de Milha

19/12/2024
Festival ABQM Jovem celebra o futuro do Quarto de Milha

Evento acontecerá entre os dias 15 a 18 de janeiro de 2025, no Haras Raphaela (Tietê/SP)

18/12/2024
ABQM anuncia calendário oficial dos eventos para os anos de 2025 e 2026

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha divulga o cronograma oficial dos próximos dois anos, proporcionando planejamento e organização para os associados

12/12/2024