O papel do dentista na doma e treinamento
Na medicina veterinária, a área odontologia eqüina é considerada ainda nova, porém tem crescido muito. Pois proprietários, treinadores e veterinários estão cada vez mais conscientes dos bons resultados com os tratamentos dentários na saúde e no desempenho atlético dos animais. Pode-se dizer que hoje em muitos lugares já é rotina o exame da cavidade oral eqüinos
Na medicina veterinária, a área odontologia eqüina é considerada ainda nova, porém tem crescido muito. Pois proprietários, treinadores e veterinários estão cada vez mais conscientes dos bons resultados com os tratamentos dentários na saúde e no desempenho atlético dos animais. Pode-se dizer que hoje em muitos lugares já é rotina o exame da cavidade oral eqüinos.
As razões pelas quais há a necessidade do tratamento dentário se dá principalmente pela domesticação e confinamento dos animais, onde os tiramos de seu habitat e modificamos sua rotina, padrões e hábitos alimentares. Além disso, cada vez mais exigimos dos nossos cavalos a performance em busca de resultados, e ainda iniciando-os cada vez mais jovens em treinamentos.
Os sintomas podem ser variados como: distúrbios gastro-intestinais, perda de peso, descarga nasal, aumento de volume da face ou da mandíbula, fístulas faciais, dificuldade na mastigação, acúmulo de alimentos na boca, partículas grandes nas fezes, dor a palpação bucal, hemorragia fraca, halitose (mau hálito), sistorréia (salivação aumentada), observação de feridas nas mucosas da cavidade oral e língua. Na doma e treinamento os sintomas mais observados são: o animal joga a cabeça para o alto, balança a cabeça, morde a embocadura; ou qualquer outra forma de rejeitar a embocadura; o treinador encontra dificuldades para realizar manobras para os lados, observando o animal com problemas considerados de temperamento ou doma, com conseqüente diminuição na performance atlética e perda de condição física.
Os problemas mais encontrados são:
1) Pontas (espículos), bicos e ganchos nos dentes: machucam e, às vezes, até laceram as bochechas e língua. Necessitam de nivelamento e arredondamento.
2) Dente de Lobo: ele não tem função de mastigação e causa grande desconforto quando entra em contato com a embocadura. É necessária a extração, principalmente em potros antes do início da doma, para não lhe causar traumas. É importante lembrar que animais já domados e em treinamento muitas vezes têm um desconforto extremo causado por este dente e, mesmo depois da extração, ainda vão apresentar por algum tempo um pouco de reação no trabalho, pois ainda ficam em suas memórias a dor causada pelo choque da embocadura e o ?beliscamento? nas bochechas.Isso se dá até que esqueçam o trauma.
3) Problemas de má oclusão, ou seja, no assentamento dos dentes superiores sobre os inferiores, causa o braquignatismo, onde os dentes incisivos superiores se encontram ?para frente? dos dentes incisivos inferiores e o prognatismo onde acontece o inverso.
O braquignatismo é um problema freqüente, por isso devemos estar atentos, pois se trata de um problema que tem envolvimento genético. Por conseqüência, é importante frisar a importância que os criadores devem dar a problemas relacionados à dentição, quando selecionam seus animais para a reprodução.
É indicado que se inicie os exames orais nos potros o quanto antes, pois muitas vezes, podemos solucionar os problemas antes de eles serem domados. Há situações que, em animais bem jovens, um simples manejo alimentar soluciona alguns problemas relacionados à má oclusão.
4) Presença de dentes descíduos (dente de leite) ou supranumerários: deve-se fazer a retirada do descíduo que permaneceu sobre o dente permanente.Os resultados do tratamento vão aparecer muito rápido, os animais vão melhorar a mastigação, a digestão dos alimentos e com isso diminuir risco de problemas gastro-intestinais, como, principalmente, a cólica. Enfim, criando condições para que o animal atinja todo o potencial.Na doma e treinamento os resultados são incríveis, facilitando muito o trabalho do treinador, onde o animal vai sentir conforto com a embocadura. Com isso, diminuirá o estresse e o trauma, melhorando o aprendizado e obtendo resultados mais rápidos.
Porém, deve-se lembrar que, algumas vezes, animais jovens vão ter alterações no temperamento por dor na troca dental, o que é normal, onde o veterinário (dentista) deve explicar ao treinador sobre o episódio e sugerir que este animal use por algum tempo outro tipo de equipamento como o hackamore, hackamore mecânico, side pull etc. E sugerir, ainda, que esses equipamentos sejam usados em todos os animais que sofreram tratamento por alguns dias.É interessante que se faça o tratamento dentário duas vezes por ano, pois os dentes dos eqüinos estão crescendo e se desgastando constantemente. Portanto, pode-se concluir que a manutenção da ?saúde bucal? dos cavalos irá interferir na performance, no temperamento e na longevidade de nossos animais.
Leonardo Feitosa Marinho é médico veterinário - CRMV (RJ) 5409 e gerente do Haras On Top - Centro Internacional do Cavalo, tel.: (11) 4026-3040 / 9969-0299.
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