Problemas de coluna? Seu cavalo também pode ter

Depois de um longo dia de trabalho, o seu corpo está "esgotado", pedindo "socorro", desejando urgentemente um belo banho em uma banheira de hidromassagem, seguido de um bom jantar e uma cama macia e confortável para descansar.

Depois de um longo dia de trabalho, o seu corpo está "esgotado", pedindo "socorro", desejando urgentemente um belo banho em uma banheira de hidromassagem, seguido de um bom jantar e uma cama macia e confortável para descansar.

Pois é, com certeza todos nós já desejamos isso. Mas e o nosso cavalo, aquele amigo de longas caminhadas, o atleta que treina incessantemente para conseguir um bom resultado, ou mesmo aquele que como nós trabalha pesado o dia inteiro atrás de uma boiada ou mesmo de uma carroça, será que não deseja o mesmo que nós? Um tratamento especial, um "algo mais" além do banho e da escovação, ou mesmo de uma rolada no piquete.

Problemas na coluna (Dor nas Costas) afetam os cavalos em maior ou menor gravidade, segundo o seu tipo físico e regime de treinamento. Os cavalos com o dorso mais longo e menos musculoso são os mais sujeitos a este problema. Períodos longos de caminhada, suportando em suas costas um cavaleiro, como nos animais de trabalho ou de enduro, ou esforços breves mas com intensa explosão, tal como no treinamento de salto ou de corrida, sujeitam os ossos e músculos do cavalo a um estresse muscular bastante intenso.

Porém, nem sempre isto é percebido de imediato pelo cavaleiro, pois os animais tendem a sofrer em silêncio. Entretanto, nos dias seguintes o cavalo se apresenta com rendimento muito abaixo do normal, trabalhando de má vontade, talvez até refugando obstáculos ou empacando em determinadas manobras. Esse é um mecanismo de defesa que ele encontrou para se proteger.

Portanto, para impedir que esses problemas surjam ou ao menos diminua sua gravidade, podemos fazer a utilização da massagem que irá acelerar a recuperação dos tecidos e ainda promover o crescimento e a manutenção da musculatura.

A massagem profissional, envolvendo manipulação de massas musculares e terminações nervosas, é melhor executada por profissionais especializados. Entretanto, mesmo pessoas sem este treinamento tem total condição de obter um resultado benéfico para seus animais utilizando apenas dois instrumentos: a ducha de pressão (ou seja, uma mangueira com compressor) e o ?carrinho de massagem?, um dispositivo com rodinhas, que pode ser comprado facilmente. Ambos irão se combinar para produzir um resultando de relaxamento e bem-estar nas costas do seu cavalo.

Como fazer para minimizar as dores musculares do cavalo antes, durante e depois do trabalho, e ainda promover e acelerar desenvolvimento e recuperação dos tecidos? Além de, é claro, representar um elo adicional na relação de confiança e prazer entre cavalo e cavaleiro!!

Antes do trabalho

Antes de qualquer coisa, escove bem o seu animal, dando bastante atenção à área de dorso e lombo. Não esqueça de tomar cuidado com a intensidade e o tipo da raspadeira escolhida, pois o uso inadequado pode causar agressão e dor a pele do ani­mal. Terminada a escovação, passe um pano limpo no animal e então use o carrinho de massagem durante alguns minutos, tanto no sentido longitudinal como no transversal, tanto em dorso e lombo como na nuca e garupa, e também no encontro.

Aquecimento

O animal que já tem um histórico de dor na coluna ou costuma iniciar o trabalho muito tenso (agitado) é preferível exercitá-lo durante três a cinco minutos sem estar montado, seja na guia, seja trotando solto no redondel.


 

 Sentar suavemente na sela, apoiando seu peso primeiro na mão direita e só depois no assento e, se possível, ficar andando a passo em pé nos estribos durante mais ou menos um minuto, para que os músculos do dorso possam se acomodar, em movimento, ao peso da sela, sem a pressão adicional do peso do cavaleiro.

Sempre iniciar o trabalho na rédea longa, a passo, a trote e se possível também a galope, permitindo que o animal se movimente e se alongue à vontade antes de começar a exigir apoio e reunião.

Fazer intervalos freqüentes de descanso na rédea longa durante o trabalho, especialmente nas sessões mais intensas.

 

Após o trabalho

Afrouxar a barrigueira um ou dois furos, para permitir melhor circulação no tecido sub­­cutâneo. Nunca retirar a sela de imediato!

Permitir que o cavalo caminhe a passo e rédea longa durante alguns minutos até sua respiração voltar ao normal.

Se possível, caminhar ao lado dele durante os minutos finais.

Se houver uma espera de alguns minutos para o início da ducha, usar escova ou raspadeira para erguer os pelos da região da sela colaborará para acelerar a recuperação da área.

 

Ducha

Comece a ducha de pressão sempre das pernas para o alto, especialmente em animais ainda não acostumados com ela, ou em dias muito quentes.

Das pernas, passe para o pescoço, costado, dorso, lombo e garupa. Não esqueça a região do vazio, entre os posteriores e área genital, para evitar assaduras. Não acredite na crença antiga de que ?o cavalo quente trava se lhe jogamos água fria na garupa?. Pesquisas feitas antes e durante as Olimpíadas de 1996 comprovaram o contrário: especialmente em dias quentes, quanto mais água fria, melhor.

Prossiga com a ducha por dez a quinze minutos; nunca mais do que isso, pois depois deste prazo a água fria deixa de provocar vaso-dilatação para causar, ao contrário, contração dos músculos e vasos e maior rigidez, anulando o efeito desejado.

Nunca deixe o cavalo secando com água escorrendo pelo corpo, mas passe o rodinho para remover o máximo de excesso d?água.

Massagem

Manter o cavalo ao abrigo de correntes de ar, por exemplo, numa cocheira, até ele estar completamente seco, e por no mínimo  uma hora, caso tenha sido feita aplicaçãouma hora, caso tenha sido feita aplicação de gel mentolado ou outro produto similar.

Use o carrinho de massagem durante alguns minutos, tanto no sentido longitudinal como no transversal, tanto em dorso e lombo como na nuca e garupa, e também no encontro.

Cobrir o animal com uma manta de espessura adequada à temperatura externa.

O parâmetro para se avaliar o conforto térmico do cavalo são as orelhas, pois elas estando frias, o animal estará com frio.

Tenha em mente que o objetivo da massagem é fazer a musculatura relaxar, através de aumento da perfusão sanguínea e de aquecimento. Sensação prolongada de frio trará efeito contrário, levando a contração e enrijecimento dos grupos musculares.

Estes cuidados podem parecer exagerados, mas de qualquer forma, o trabalho valerá a pena. Se conseguisse falar, seu cavalo agradeceria muito pelas massagens e pelo carinho dedicados a ele.

 

*Dr. Gustavo Ribeiro Mercatelli é médico veterinário CRMV-SP 14.723 da Gerbras Química Farmacêutica Ltda - Gerbrasvet.Informações: (11) 8164-1188/4055.6400

 

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