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Quartistas Homenageados
Conteúdo com Anos 2011 .
Euclydes Aranha Netto
Euclydes Aranha Netto tomou posse como presidente da ABQM em Assembléia Geral Ordinária realizada no dia 27 de abril de 1973 e comandou a Associação no biênio de 1973/5. Pela dedicação à raça Quarto de Milha tornou-se também Sócio Benemérito da ABQM.
Nasceu no dia 4 de janeiro de 1920, na cidade de Alegrete (RS). Foi casado com Irene Terra Lopes Aranha, tendo os seguintes filhos: Ana Lucia Aranha (falecida); Euclydes Oswaldo Aranha; Roberto T. L. Aranha; Eduardo T. L. Aranha; e Ary T. L. Aranha; e oito netos. Ele faleceu no dia 24 de novembro de 2001, aos 81 anos, no Rio de Janeiro (RJ).
Também criador de Puro Sangue Inglês e da raça Crioula, sempre foi um defensor do Quarto de Milha em relação às dificuldades impostas para a importação da raça, principalmente em relação a Área Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC- convênio entre países sul-americanos), onde a quota permitida era menor em relação as outras raças. Em matérias publicadas, ele sempre enaltecia a raça: “Em Minas Gerais, reduto do Mangalarga Marchador, e no Rio Grande do Sul, reduto do Crioulo, quando o “Quarto de Milha entra, domina amplamente”.
Heraldo de Araújo Pessoa
O dr. Heraldo de Araújo Pessoa dividiu seu tempo na medicina para se tornar um participante assíduo na elaboração e fundação da ABQM, dedicando-se por muitos anos para o desenvolvimento da raça Quarto de Milha, seja como diretor da entidade ou como criador. Por esse trabalho realizado lhe foi concedido o título de Sócio Benemérito.
Nascido na cidade de Salvador (BA), é pai de Haroldo de Araújo Pessoa Sobrinho, o Loly, e do dr. Marcelo Pessoa, ambos atuantes profissionais ligados à raça QM e avô de 12 netos.
Apaixonado pela raça, ele conta que tudo começou em fevereiro de 1968: “Em sociedade com o amigo Marcos R. Ferraz, compramos do saudoso e pioneiro Francisco C. Furquim Correia, de Araçatuba (SP), algumas éguas mestiças e um garanhão ¾ de nome ‘Cobiçado’. Logo em seguida, no primeiro Leilão da Swift King Ranch, em 18 de maio, compramos um dos quatro animais PO levados à venda, o Cacareco Brasil. Em outubro fiz a primeira viagem aos EUA, indo para a Exposição de Dallas, e adquiri em sociedade com Guilherme Ferraz 25 animais PO, sendo 15 éguas do 6666 Ranch, os garanhões Double Bull e Hijos Flash, além do Hondo Ranchero, do Callan Ranch, da criação da King Ranch. Durante a viagem visitei a sede da AQHA, em Amarillo, e conheci o então Secretario Executivo, Don Jones, que havia morado no Brasil como dirigente do frigorífico Wilson. Aproveitei, então, e solicitei a sua ajuda para a fundação da nossa ABQM. No meu retorno dos EUA, mantive contato com o dr. José Eugênio de Rezende Barbosa, Antonio Carlos Quartim Barbosa, Ruy Assumpção (pai), Roberto Reichert e Francisco Jacinto da Silveira e um ano depois, em março de 1969, com o inesquecível Francisco de Souza Medeiros (Coronel Chico), com quem também falei da ideia de fundar uma associação. Ainda naquele ano, a pedido meu, o Don Jones nos enviou o Bill Verdugo para julgar a Exposição em nossa capital, que veio acompanhado pelo veterinário Joe Giambroni. Assim, durante aquele evento, no dia 15 de agosto de 1969, fundamos oficialmente a ABQM.
José Eugênio de Rezende Barbosa
José Eugênio de Rezende Barbosa nasceu em 20 de novembro de 1912, na cidade de São Simão, Estado de São Paulo e faleceu aos 91 anos, na capital paulista. Foi médico otorrinolaringologista, diplomado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em 6 de janeiro de 1936. Desde formado, trabalhou gratuitamente na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo dentro de sua especialidade, sendo nomeado Chefe de Clínica. Ele foi casado com Lia Junqueira Netto de Rezende Barbosa, falecida em 1993, com quem teve cinco filhos (Ricardo, Tereza, Marta, Mara e Henrique) ao longo de mais de 50 anos de uma vida feliz.
José Eugênio foi um pioneiro na criação do Quarto de Milha, proprietário do Haras Estrela Nova, em São Simão (SP), tornando-se o primeiro presidente da ABQM. Ele dirigiu a nossa Associação por duas gestões consecutivamente em 1969, quando foi fundada em 15 de agosto e em 23 de abril de 1971 no 2º mandato. Além de ocupar o cargo de presidente da Comissão de Fomento do Jockey Club de São Paulo e por seus conhecimentos sobre outras raças, sempre esteve à vontade para contar sobre o QM e sua introdução no Brasil. Ao longo dos anos recebeu o honroso título de Sócio Benemérito da ABQM.
King Ranch do Brasil - Francis Herbert
Mencionar a palavra “King Ranch” é lembrar da origem e expansão da raça no Brasil. Essa tradição começou em 1953 quando aqui desembarcou o texano Robert Kleberg Júnior, o “tio Kleberg”, com a missão de investir em nosso País. Sabia que encontraria muitas dificuldades, como solo bruto e tecnologia de terceiro mundo, mas trazia na bagagem o know-how da King Ranch Internacional. Em uma vasta reportagem publicada na Revista Quarto de Milha em 1993, sobre a KRB, o já falecido Joaquim Soares Neto, o Zezo, gerente geral da empresa, relembrou um pouco da história: “O desembarque foi na Fazenda Laranja Doce, em 1953. Eles vieram de São Paulo por via ferroviária. Tinha a impressão que iria buscar o cavalo do Roy Rogers. Quando as portas do trem se abriram e os peões viram aquelas sete éguas e o garanhão Saltilo Jr., ficaram impressionados com a musculatura dos animais. Para nós, eles pareciam deuses. Não sabíamos direito como puxá-los. Sentíamos uma mistura de medo e respeito pelos cavalos”.
O primeiro que desembarcou no Brasil foi o Saltilo Jr., mas quem recebeu o registro número da ABQM foi o Caracolito.
A empresa, que faz parte do Grupo Swift King Ranch Inc., foi dirigida no Brasil por vários representantes norte-americanos, que comandaram a área administrativa, entre eles o sr. Francis Lansdale Herbert, um dos mais competentes profissionais e que transmitiu ao longo dos anos muita simpatia no meio quartista brasileiro, tornando-se Sócio Benemérito pela ABQM.
Animais Premiados
Conteúdo com Anos 2011 .
Cromita MA 10
uando mencionamos sobre Baliza e Tambor, um dos primeiros nomes que vem à mente é o de Cromita MA 10. Essa mestiça ¾ de sangue, filha de Shady Leo e Bianca EB, foi criada pela Cia Agro Florestal M Alegre e pertencia a Wilson Vitório Dosso e Paulo Sérgio Zapparolli Dedemo, vindo a desaparecer em 13 de janeiro de 2010. Ela acumula em seu insuperável cartel os seguintes títulos pela ABQM: Registro de Mérito das classes Aberta, Amador e Jovem; além de ser Superior em Seis Balizas e Três Tambores (Aberta, Amador e Jovem); e em Cinco Tambores (Aberta), totalizando 734,5 pontos.
Segundo Francisco Bertolani, essa égua tem uma história interessante. “Foi a primeira potra da Bianca EB33, nascida na Cia Agro Florestal Monte Alegre, em Agudos (SP), daí a marca MA, sendo a décima cria da Empresa. Ela nasceu forte e esperta, porém tinha um defeito congênito. Sua mão direita tinha um desvio para dentro. Levemente torta. Na época meu gerente do haras, era o famoso Marcos Toledo, que na sua sensibilidade e alto conhecimento equestre, me pediu para descartar a potra, devido ao desvio da mão. Entretanto, ela era forte já de pequena e tinha um olhar diferente. O que me encantava, apesar da razão do ‘mestre’ Marcos. Começamos a treinar os produtos da geração para o Potro do Futuro, que seria em Brasília (DF). Então levamos para lá quatro animais, entre elas a Cromita MA 10. Domada pelo Marcos e treinada pelo seu filho Sergio Toledo, ela venceu os dois Potros do Futuro de Três Tambores e de Seis Balizas. Após esse evento, a Cromita MA10 desenvolveu mais e passou a ser campeã em quase todos os eventos. A partir daí, o meu filho Franco passou a montá-la e venceu mais de 150 provas. Em 1989, ele foi para os EUA para treinamento de Rédeas com o Doug Milholland. Ai essa égua foi vendida para o saudoso Zé Pra Frente, de Fernandópolis (SP). Ele condicionou a compra do animal desde que eu emprestasse o Sergio Toledo para ensiná-lo a montar a égua. E a primeira coisa que fez foi tentar endireitar a tortura da pata dianteira. A égua mancou e ele me ligou. Então falei! Não invente moda, deixe a égua do jeito que está ferrada. Ele me escutou e foi campeão muitas vezes, assim como seu auxiliar e sua filha. Foi, sem dúvida, a melhor cria da Bianca, projetando-a como a número 1 da ABQM”.
Bianca EB 33
½ sangue mestiça Bianca EB 33, filha de Trouble Two Times e Zambia 43, mantém a liderança das Estatísticas de Reprodutoras de Trabalho da ABQM, em todos os tempos, com 1.618 pontos. Criada pelo bauruense Érico de Oliveira Braga, essa égua conta atualmente com 31 anos e está alojada no Haras 2F, de propriedade de Francisco Bertolani, de Agudos (SP), desde 1981. “A Bianca tem 31 anos e ainda se encontra viva e tem uma baia e pasto exclusivos, digno para uma celebridade”, revelou Bertolani. Ele conta que a adquiriu ainda potra por troca de ração. “A Cia. Agro Florestal Monte Alegre, onde eu era o engenheiro executivo, fabricava ração e trocou alguns animais pelo produto, sendo que o Érico Braga procurava criar animais puros e de linhagem de Corrida, desfazendo-se dos mestiços e de Trabalho. Como a Bianca tinha problemas de paleta, foi para a reprodução. Na época, estávamos investindo em garanhões de Trabalho. Cruzamos ela por várias vezes com o Shady Leo e também com o Tucupi SKR. Ela produziu muitos campeões, sendo que quase todos conquistaram o título do Potro do Futuro, entre eles: Cromita MA 10, Kromita Comka 2F, Idisch 2F e Filito 2F. Mesmo com essa idade avançada, ainda está gozando de boa saúde. Uma de suas características principais foi o de criar animais grandes e fortes, sendo que sua vida produtiva foi até os 28 anos de idade”.
Dash For Cash Jr
m 1980 chegava ao Brasil, importada pelo criador paulista Samir Jubran, titular do Haras Fazenda Campo Alegre, a reprodutora norte-americana Smooth Leda (Jet Smooth) trazendo ao pé um produto macho e alazão, nascido no dia 9 de abril de 1979, filho do extraordinário campeão e produtor de inúmeros campeões Dash For Cash e quem em homenagem ao pai recebeu o título de Júnior.
Esse alazão estreou no dia 18 de abril de 1981, no hipódromo de Avaré (SP), com apenas vinte e quatro meses de idade, enfrentando animais com praticamente 180 dias a mais (diferença do ano hípico brasileiro para o americano), que o fizeram sucumbir nos 320 metros. Trinta dias após, ele reapareceu e mais preparado superou seus adversários, marcando sua primeira vitória. Nos dois anos que se seguiram, sua campanha nas pistas de Avaré (SP), Ribeirão Preto (SP) e Carazinho (RS), formou o cartel de um autêntico e incontestável campeão. Dash For Cash Jr encerrou sua campanha nas pistas no dia 5 de junho de 1983, no hipódromo de Ribeirão Preto completando 12 vitórias em 16 apresentações, além de obter dois recordes de pista, um nos 365 metros (400 jardas) nesse Jockey e outro nos 700 metros na pista de Carazinho, quando derrotou os mais velozes animais da raça PSI, em distância até então considerada impossível de ser abordada por um animal QM e deixando surpresos os turfistas do Sul do país. Conquistou também até então o título inédito no Brasil, o da Tríplice Coroa em 1981, vencendo os GPs.: Brasil (365 metros), Derby Nacional (402 metros) e C.C.C.C.N. (503 metros).
Na reprodução, Dash For Cash Jr consagrou-se, servindo éguas dos mais diversos criadores. Embora desaparecido em 12 de janeiro de 1991, se tornou pentacampeão de Estatísticas de Reprodutores, sendo pai de inúmeros ganhadores clássicos, entre eles: Gea Moon; Dashinlight PK; Lady Dash HJS; Go Dash; Wild Dash SLN; Special Dash; Dash Sand; Dash Dancer; Dash For Feature; Tobenumberone PK; Last Lady Dash; Nikko Dash AS; First Gray Dash; Hip Deck; e Fidash. Já como avô materno destacou-se através dos animais: Hiper Deck; Massive Attack; e Ease Ket, entre outros.
Caracolito
dia 19 de fevereiro de 1970 ficou marcado na história da raça Quarto de Milha. Foi quando o cavalo trazido dos EUA pela Cia. Swift King Ranch Brasil S/A, foi registrado pela ABQM, tornando-se o primeiro de um número que hoje ultrapassa a marca de 358 mil. Esse alazão tostado, nascido em 10 de março de 1957, tinha como pai Caracol (procedência de Macanudo – Old Sorrel) e como mãe La Calavaza (Wimpy – o primeiro animal registrado pela AQHA; Solis; a reprodutora Panda; e um dos animais bases da raça: Hickory Hill). Caracolito veio a falecer no dia 17 de setembro de 1974, com 17 anos, quatro anos e meio após o seu registro na ABQM. Segundo publicado na revista Quarto de Milha em uma das reportagens sobre a King Ranch, foi informado por Joaquim Soares Neto, o Zezo, gerente geral da King Ranch no Brasil na época e já falecido, que o garanhão Caracolito fez parte da segunda remessa de animais trazidos ao Brasil, desembarcando também na Fazenda Laranja Doce, na região de Presidente Prudente (SP). Esse cavalo trouxe em seu cartel os títulos por três vezes de Grande Campeão nos Estados Unidos, além de conquistar dois Reservados Grandes Campeonatos e ainda por vinte e duas vezes a primeira colocação.